Capitão do tri critica postura de T. Silva contra Chile:"Obrigação de incentivar"
Carlos Alberto Torres disse ter
ficado preocupado com isolamento do zagueiro e afirma que ele deveria
tentar levantar astral dos companheiros
Por SporTV.comRio de Janeiro
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Capitão do tri em 1970, Carlos Alberto Torres não gostou da atitude de Thiago Silva
antes da disputa de pênaltis contra o Chile, no último sábado, pelas
oitavas de final da Copa do Mundo. O zagueiro se emocionou antes da
decisão por penalidades máximas no Mineirão e ficou afastado do restante
dos atletas, sentado em cima de uma bola à beira do campo. Na opinião
de Torres, o camisa 3 da Seleção não deveria ter se isolado, mas sim
procurado incentivar os demais atletas em um momento de tensão.
- Como todo brasileiro, fiquei preocupado. Penso que naquele momento, o
capitão do time, o Thiago Silva, como líder do grupo, tinha que ir ao
encontro dos companheiros e incentivar a todos. Para levantar o astral e
o ânimo dos jogadores. Me pareceu que a maioria ali estava desanimada. E
não foi só o Thiago Silva que a televisão pegou chorando. Outros
jogadores (também). Como capitão e líder do grupo, o Thiago Silva tinha a
obrigação de incentivar os companheiros - afirmou o campeão mundial em
70 durante o programa "É Campeão!!!".
Postura passiva de Thiago Silva foi criticada por
Carlos Alberto Torres (Foto: Reprodução SporTV)
Na opinião de Carlos Alberto, no Brasil se cobra que o capitão de um
time de futebol tenha uma postura mais ativa. E que não que fique
"sentado em cima da bola".
- Eu não sou contra o Thiago Silva. Torço pelo sucesso dessa rapaziada.
Mas na Europa ou na Argentina, que também tem uma cultura europeia,
talvez possa se aceitar que um líder fique calmo, sentado em cima da
bola. Mas, no Brasil é diferente. O Thiago Silva naquele momento deveria
pelo menos ficar de pé. Ficar de pé e mostrar para os companheiros que
"estamos juntos", "que vamos lá", "vamos ganhar na prorrogação ou nos
pênaltis". Essa seria a atitude correta, que a maioria dos brasileiros
está cobrando do Thiago Silva.
Dunga comemora volta por cima de Julio César e confia no título do Brasil
Ex-técnico da seleção brasileira e hoje comentarista, capitão do tetra também evita críticas ao zagueiro Thiago Silva por choro contra o Chile
Por SporTV.comRio de Janeiro
Técnico da seleção brasileira na Copa do Mundo de 2010, na África do
Sul, Dunga agora está do outro lado. Enquanto era comandante da equipe
que representava o Brasil, sua relação com a imprensa era difícil.
Agora, Dunga tem atuado como comentarista em duas emissoras estrangeiras
na Copa do Mundo no Brasil. O capitão do tetra em 1994 defendeu Julio César
pela atuação na Copa passada, não criticou a postura de Thiago Silva
como capitão e minimizou comparações entre mais e menos experientes,
como ele e Felipão. E ainda apostou no hexa: “Sim, tem que ser campeão”.
(assista ao vídeo).
Em 2010, o Brasil chegou às quartas de final para enfrentar a Holanda.
Depois de abrir o placar com Robinho no primeiro tempo, a Seleção sofreu
a virada por 2 a 1 na etapa final, e o segundo e decisivo gol sofrido
aconteceu numa falha de Julio César. Dunga exaltou o goleiro, que nas
oitavas desta Copa do Mundo de 2014 defendeu dois pênaltis e levou o
Brasil às quartas.
- O mais importante é que o Julio César sempre acreditou nele, e a
família e os amigos. Sabemos o quanto o futebol é duro em certos
momentos, principalmente quando se perde. Antes da Copa do Mundo de
2010, o Julio César era um dos melhores goleiros do mundo. Durante a
Copa do Mundo teve uma performance ótima, e os erros acontecem
normalmente, a gente tem que saber entender - disse o técnico.
Contestado na eliminação para Holanda, Julio César foi titular com Dunga na Copa de 2010 (Foto: Reuters)
Capitão do Brasil na conquista do tetracampeonato, Dunga não criticou a
postura do atual capitão Thiago Silva, que chorou e ficou distante do
grupo durante as cobranças de penalidades no jogo no Mineirão.
- O importante é a gente saber respeitar as individualidades. Quem pode
estar lá dentro é que pode ver se a reação é positiva ou negativa. A
minha forma de ser como capitão era muito sanguínea, era do meu
temperamento. O Thiago já é um jogador bem mais tranquilo.
Lembrado pelas críticas que sofria diante da inexperiência à frente da
seleção brasileira, já que nunca havia sido técnico antes, Dunga lembra
que o cargo é que traz as possibilidades de fortes críticas, que
acontecem mesmo com os experientes Luiz Felipe Scolari e Carlos Alberto
Parreira.
- Crítica o treinador da seleção brasileira, independente de ser
experiente ou não, vai ter. Fiz aquilo que tinha pensando em fazer, com a
minha comissão técnica, que era muito experiente, e obtivemos
resultados bons, e infelizmente no jogo com a Holanda, que foi um dos
melhores jogos nosso, não tivemos o resultado que se esperava. Mas
sempre vai haver essas comparações entre mais experientes e menos
experientes. O Brasil teve treinadores super experientes, dez vezes mais
experientes que eu, e não ganharam nada - concluiu.
A Seleção vai treinar na Granja Comary até quarta-feira, quando embarca
para Fortaleza. Na quinta-feira, fará a última atividade já na capital
cearense e na sexta, às 17h, vai jogar contra a Colômbia, que tem até
agora quatro vitórias (100% de aproveitamento) e o artilheiro da Copa do
Mundo, o meia James Rodríguez, autor de cinco gols.