quinta-feira, 14 de junho de 2012

ELE ESTÁ De olho nos 400 anos

Em entrevista exclusiva a O Imparcial, prefeito João Castelo anuncia investimento de R$ 700 milhões para mudar a cidade até ano que vem e fala de pontos polêmicos de sua gestão. Entre eles, a relação com Roseana Sarney

 (Honório Moreira/D.A Press )
 

Por Raimundo Borges

Há dois anos e oito meses no cargo, o prefeito de São Luís, João Castelo (PSDB), diz que só agora está conseguindo executar um plano de obras estruturante e sociais, nas áreas de saúde e educação, envolvendo recursos de R$ 400 milhões. A dívida que encontrou, em torno de R$ 500 milhões, está sendo paga e assim garante que a cidade vai chegar aos seus 400 anos, de cara nova.

Esta semana ele assinou dois contratos que vão mudar a imagem da capital: um de revitalização asfáltica de todas as avenidas, afetadas violentamente pelo período de chuvas; e outro, que vai asfaltar quase 700 ruas nos bairros onde não há asfalto. Sobre a política municipal, Castelo é taxativo: “Se não fosse candidato seria um covarde”.

E mais adiante, assegura: “No tempo certo vou colocar meu nome à apreciação do povo. Até o ano que vem, muita água ainda vai correr por baixo da ponte”. Em seu gabinete, o prefeito concedeu a seguinte entrevista exclusiva a O Imparcial, em que surpreende, ao admitir que Helena Duailibe pode ser vice, novamente, na próxima eleição.

Como está hoje São Luís, na visão do prefeito?
Está diferente e melhor do que recebi e vai ficar muito mais até o próximo ano. Já pagamos o parcelamento de todo o débito e agora começamos a investir pesado em vários setores. São R$ 700 milhões de recursos próprios. O débito que encontrei estava dividido em R$ 140 milhões da Coliseu (Companhia de Limpeza e Serviços Urbanos, extinta em sua gestão), e R$ 340 milhões da Prefeitura.

E como serão aplicados os R$ 700 milhões?
Estou assinando, nesta terça-feira (que passou), contratos de revitalização de todas as avenidas, com asfalto, drenagem e sinalização, no valor de R$ 35 milhões. Outros R$ 98 milhões serão aplicados no asfaltamento de quase 700 ruas. É um serviço para permanecer por muito tempo.

Como está o andamento do polêmico projeto do hospital central de emergência?
No dia 15 próximo vai encerrar o prazo da licitação, cuja obra era para estar concluída, mas não deixaram. Todos sabem os motivos. Já a continuação da Avenida Litorânea, que também atrapalharam a execução, fará parte de um pacote, que incluirá o viaduto da Forquilha e outro pequeno, na Avenida Mário Andreza, que será totalmente revitalizada. Os recursos somarão R$ 147 milhões.

Mas como comemorar 400 anos, sem falar no Centro Histórico?
Estão em pleno vapor as obras de restauração do antigo prédio do Banco do Estado, onde será o centro administrativo do Município, e do Teatro da Cidade, onde funcionou o Cine Rock. Esta obra é feita com recursos do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e contrapartida da prefeitura. Temos ainda um projeto de recuperação das Praças Deodoro, Rua Grande, Praça João Lisboa e da Praia Grande. Até 2012 a cidade será outra. Estamos trabalhando para consolidar os financiamentos de projetos e executar os que já contam com recursos. Principalmente em obras de saneamento, que são necessárias, mas nunca foram feitas. Basta olhar nas galerias do Renascença, no Mercado Central e adjacências e no Coroado.

Sua candidatura a um segundo mandato é irreversível?
Se o povo quiser, vou lutar para continuar. Se não fosse candidato seria um ato de covardia. Eu não sou covarde. A minha luta é a do trabalho, contra a politicalha. Falam em dezenas de candidatos, mas agora não estou trabalhando para isso. Tudo será no tempo certo. O que pretendo agora é trabalho pela cidade. Até as eleições de 2012, muita água vai passar por baixo da ponte. Não vou responder aos ataques, nem entrar em bate-boca com quem quer que seja.

O senhor não se preocupa com a candidatura do secretário Max Barros (Infraestrutura), antecipadamente apoiado pela governadora Roseana Sarney?
Não. Não é problema meu. É dele. Não tenho tempo para me ocupar nem dele, nem de qualquer outro pretendente. Estou cuidando do meu trabalho.

A sua relação com a governadora. Por que o senhor e ela não conseguem um entendimento em favor da cidade?
A relação com a Roseana é tranquila. Ela me cumprimenta toda vez que nos encontramos e eu a cumprimento do mesmo jeito. Tudo muito bem. Quanto ao aspecto administrativo, a gente conversou. Fui ao gabinete dela, conversamos muito, mas de concreto e prático, nada. Ficou só no discurso. Tem muita gente fazendo futrica e atrapalhando.

Mas o município tem problemas sérios nas áreas de educação e saúde...
Estamos fazendo o que é possível. Na saúde, o Hospital da Criança é modelo, todo equipado; o Socorrão I foi ampliado e equipado; o Socorrão II está dotado até de ressonância magnética, um serviço raro em hospitais públicos no Brasil todo. Mas temos aqui. No setor de Educação, a prefeitura está abrindo concorrência para a construção de três escolas que foram iniciadas e depois abandonadas na gestão passada. Ficam na Cidade Olímpica, Cidade Operária e Anjo da Guarda. São recursos do governo federal e próprios. Quanto ao Hospital Central de Emergência, se não fosse as pressões, já estaria concluído. Serão investidos R$ 92 milhões no projeto. Mas está pronto o Hospital da Ama, localizado no Distrito Industrial, projeto apoiado pela Alumar, com 20 leitos de emergência.

Como o senhor, na condição de principal liderança do PSDB no Maranhão, avalia a debandada do ex-deputado Roberto Rocha, que era presidente, para o PSB?
Primeira coisa, não sou a principal liderança. O partido tem várias lideranças. Sobre Roberto rocha, ele saiu sem avisar ninguém. Só ele saberia responder.

O senhor teve problemas com a vice Helena Duailibe logo após a posse. Na nova eleição, já teria um nome em mente para vice?
Não tive qualquer problema com a Helena Duailibe. Ela, o marido (deputado Afonso Manuel) e a família são da minha maior amizade. Frequento a casa deles. Ela tem todo o meu apoio até para ser candidata novamente. Porém, estou informado de sua intenção de concorrer a um mandato na Câmara de Vereador.

O que de fato aconteceu em relação a obra da Via Expressa, que o governo do estado está construindo, e o senhor foi acusado de atrapalhar, embargando?
Atendendo pedido do Ministério Público Federal, do Estadual e do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (Crea) mandei-lhes os documentos que o Estado deu entrada na prefeitura, relativos a Via Expressa. Se não o fizesse, seria eu o responsável por eventuais irregularidades na obra. Nada mais do que isso. Onde é que eu atrapalhei?

Publicação: 07/09/2011 09:35

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